A restinga, ecossistema associado ao bioma Mata Atlântica, pode ser definida como vegetação da planície costeira estabelecida sobre solo arenoso. Este estudo foi desenvolvido em áreas degradadas de vegetação de restinga na RPPN Fazenda Caruara em São João da Barra, RJ, onde em 2012 foi iniciada uma ação de restauração destas áreas através do método de nucleação, com implantação de plantio em anéis hexagonais e construção de poleiros artificiais. Mudas foram plantadas em duas situações contrastantes: áreas de cordões arenosos (secas) e de intercordões (alagáveis). O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho dos plantios nestas áreas contrastantes, bem como a regeneração, além de avaliar se alguns atributos foliares podem explicar a performance de espécies nas duas áreas. Monitoramentos dos plantios foram realizados em maio e em novembro 2016, através de medições de altura e diâmetro do caule à altura da base (DAB). Os atributos funcionais analisados foram área foliar (AF), espessura foliar (ESP), conteúdo de massa seca foliar (leaf dry matter content – LDMC), massa foliar por área (MFA) e suculência foliar (SUC). Foi observado que, em geral, a comunidade em intercordões teve maior desenvolvimento em DAB e em altura total que em cordões. A mortalidade das duas comunidades foi semelhante (c. 50%). As maiores taxas de crescimento em altura foram encontradas em intercordões para Cecropia pachystachya, Inga laurina e Tapirira guianensis. As maiores taxas de crescimento em diâmetro ocorreram nos cordões para Scutia arenicola, Eugenia uniflora e Myrsine parvifolia. I. laurina e Schinus terebinthifolia foram as que apresentaram melhor desempenho em ambas as áreas. Entre os regenerantes, Scoparia dulcis foi a espécie mais abundante nos anéis em cordões, enquanto nos intercordões, Schinus terebinthifolia foi a mais presente. Cynophalla flexuosa foi a espécie regenerante mais encontrada associada a poleiros artificiais. As análises intraespecíficas não mostraram diferenças consistentes para os atributos entre as áreas. Não foi observado um conjunto de atributos que pudessem explicar os desempenhos das espécies; no entanto, análises interespecíficas apontaram Clusia hilariana como uma espécie bastante diferenciada das demais em quase todos os atributos, seguida por Guapira pernambucensis. |