As florestas tropicais possuem importante papel no estoque, ciclagem e assimilação do carbono contido em sua biomassa. Todavia esses processos podem ser influenciados pelo clima e pela fragmentação, podendo transformar essas florestas de sumidouro a fonte de carbono. O presente estudo avaliou a comunidade arbórea e a dinâmica espaço-temporal da biomassa arbórea acima do solo (BAS) de florestas estacionais semideciduais (FES) de tabuleiro, em por período de 9 anos (2007 – 2016). Foram testadas as hipóteses de que existie um incremento na densidade de indivíduos arbóreos, na área basal total e na BAS ao longo do tempo e para BAS de acordo com o aumento do tamanho dos fragmentos. Foram utilizados dados de estrutura da vegetação de seis fragmentos de FES coletados entre 2007 e 2010, cujos dados foram novamente levantados em 2016 através da remedição de árvores em 5 parcelas de 20 m por 20 m em cada fragmento. Não foram evidenciadas alterações ao longo do tempo amostrado na densidade de indivíduos, sendo de 1410 ± 40 N ha-1 a 1820 ± 119 N ha-1 (tempo 1), 1345 ± 66 N ha-1 a 1880 ± 89 N ha-1 (tempo 2) ou na área basal total, que foi de 19,83 ± 4,27 m2 ha-1 a 28,03 ± 4,18 m2 ha-1 (tempo 1) e 18,07 ± 3,43 m2 ha-1 a 28,88 ± 6,06 m2 ha-1 (tempo 2). O estoque total de BAS também não diferiu, estimada em 139,20 ± 11,63 Mg ha-1 a 246,69 ± 66,25 Mg ha-1 (tempo 1) e de 137,85 ± 20,42 Mg ha-1 a 196,95 ± 17,49 Mg ha-1 (tempo 2). As taxas de perda e ganho de BAS e recrutamento e mortalidade de árvores não diferiram de uma forma geral, não acarretando diferenças significativas no estoque de BAS total dos fragmentos entre os tempos avaliados. Não foi observada relação entre o estoque de BAS e tamanho dos fragmentos para o tempo 2. O estoque de BAS dos fragmentos de FES de tabuleiro do norte fluminense concentrou-se nas maiores árvores, >25 cm de DAP (37,39 % tempo 1 e 38,53 % tempo 2), na categoria das secundárias tardias (58,82 % tempo 1; 62,20 % tempo 2) e na dominância de algumas espécies, como por exemplo, Metrodorea nigra A.St.-Hil., Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P.Lewis & M.P.Lima e Astronium concinnum Schott. Em conclusão, as hipóteses de aumento de BAS com o tempo e entre o tamanho dos fragmentos foram rejeitadas. Tal fato pode estar relacionado a uma baixa precipitação no período após o primeiro levantamento (2010 a 2015), sugerindo que essa seca que pode ter afetado o crescimento das árvores, e ao grau de degradação dos fragmentos, mas não a diferença entre fragmentos. |