Ecologia isotópica de estoques pesqueiros do camarão sete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri, no sudeste do Brasil

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Keltony de Aquino Ferreira Ana Paula Madeira Di Beneditto UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 11 de Fevereiro de 2019
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Fauna, Pesca Camarão sete barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Animal) NA Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Vitória (ES), Anchieta (ES)
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Evapotranspiração | Rede hídrica | Bioma | Econômica | Natural | Escoamento fluvial | Acessar
Resumo

O camarão sete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri Heller, 1862 distribui-se no Oceano Atlântico Ocidental e é a espécie de crustáceo mais explorada pela pesca marinha em águas costeiras brasileiras. O objetivo deste estudo é comparar o nicho isotópico de estoques pesqueiros do camarão sete-barbas ao longo de áreas de pesca contíguas da costa sudeste do Brasil (20ºS-22ºS) para compreensão do padrão de utilização do hábitat e dos recursos alimentares disponíveis. A coleta dos camarões foi realizada durante o desembarque pesqueiro em portos localizados nos estados do Espírito Santo (ES) e Rio de Janeiro (RJ): Vitória/ES (20º31’S; 40º30’W), Anchieta/ES (20º48’S; 40º38’W), Atafona/RJ (2137’S; 4100’W) e Farol de São Tomé/RJ (22o02’S; 41o02’W). Os camarões foram obtidos em junho de 2017 e amostras de tecido muscular de 30 camarões de cada categoria de sexo (macho e fêmea) e maturidade (adulto e juvenil) foram extraídas para determinação isotópica, totalizando 120 espécimes amostrados em cada porto. As médias das assinaturas isotópicas diferiram entre os estoques pesqueiros analisados (P<0,001), com assinaturas mais pesadas de 13C para Anchieta e  15N para Atafona. A amplitude de nicho isotópico (SEA) é menor nos estoques do Rio de Janeiro (Atafona - 0,25‰² e Farol de São Tomé - 0,27‰²) em comparação aos estoques do Espírito Santo (Vitória - 0,61‰² e Anchieta - 0,44‰²). Isso pode refletir as variações na disponibilidade de recursos para a espécie ao longo das áreas estudadas. A maior diversidade trófica associada aos estoques do Espírito Santo indica maior variedade de fontes alimentares e a utilização mais abrangente dos recursos disponíveis. Em contrapartida, a maior redundância trófica nos estoques do Rio de Janeiro indica que os camarões tendem a ser similares em termos alimentares. As variações entre os estoques em relação as métricas de nicho isotópico, incluindo a amplitude de nicho (SEA), são compreendidas a partir de características ambientais distintas ao longo das áreas estudadas. A disponibilidade e/ou a forma de utilização desses recursos são provavelmente influenciadas pela presença ou ausência de áreas costeiras abrigadas (baías, enseadas), origem e aporte de nutrientes e/ou matéria orgânica para regiões costeiras e sua distribuição no ambiente marinho. A abordagem de nicho isotópico permitiu distinguir os estoques pesqueiros da espécie que se distribuem em torno de 20ºS (portos de pesca do Espírito Santo) e 21ºS-22ºS (portos de pesca do Rio de Janeiro), e pode ser utilizada como ferramenta para o reconhecimento da procedência (área de pesca) do produto pescado ao longo dessa região.

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