Este estudo avaliou a dispersão de arsênio (As) devido a utilização de água
subterrânea contaminada para irrigação de hortaliças e dessedentação de
frangos em duas hortas, uma rural e a outra urbana. Essa dispersão foi avaliada
através da concentração de As total e das razões das concentrações de As total
entre os compartimentos ambientais avaliados. Amostras de água subterrânea,
de solo, de hortaliças e de frangos foram coletadas e triadas para a determinação
de As (ICP-OES e ICP-AES). concentrações de As os solos e os vegetais entre
as duas áreas de estudo e entre as épocas de coleta. As concentrações de As
na água subterrânea da horta urbana e da rural ficaram acima do limite permitido
pela legislação (0,054 ± 0,007 e 0,021 ± 0,004 mg L-1, respectivamente), enquanto que as concentrações no solo para os mesmos locais se encontraram
abaixo do limite permitido (1,071 ± 0,538 e 0,870 ± 0,559 mg kg-1). As amostras
de hortaliças ficaram dentro do permitido pela legislação, com exceção da
berinjela (0,114 ± 0,031 mg kg -1) na horta urbana e da folha do aipim (0,340 ± 0,374 mg kg-1) na horta rural. Como tendência geral, as raízes acumularam mais
As em relação aos frutos e folhas. Com exceção do músculo, todos os demais
tecidos dos frangos analisados ficaram acima de 1 mg kg -1, limite máximo
permitido. As razões de concentração de As total entre os compartimentos
ambientais avaliados indicam que a irrigação atua como fonte pontual de As para
o ambiente, que o solo atua como acumulador de As e a raiz atua como uma
barreira para a translocação de As para a parte aérea das hortaliças. Valores
superiores de razões de transferência para as hortaliças em comparação a
outros estudos e as concentrações nos órgãos dos frangos destacam a
importância de investigações mais profundas quanto ao risco exposto à
população local. |