Desde que surgiram as primeiras cidades, seu espaço tem se apresentado como palco de diferentes dinâmicas que interagem e incidem nas relações sociais. Contudo, ao ser muitas vezes reduzido aos interesses individuais de determinadas frações de classes, como também pelos determinantes políticos e econômicos, contribuiu ao longo do tempo para a formação de espaços desiguais, que tem relegado boa parcela da população a toda sorte de infortúnios e ao agravamento dos problemas socioambientais atuais. O presente trabalho realiza uma discussão acerca dos problemas socioambientais que afligem as populações residentes no entorno da Lagoa do Vigário, Lagoa dos Prazeres e Lagoa do Sapo, localizadas na
área urbana do município de Campos dos Goytacazes (RJ), procurando demonstrar que os problemas enfrentados por estas populações são decorrentes do processo evolutivo que marcou a formação do espaço urbano campista, que foi caracterizado por grandes desigualdades, das quais contribuíram para que os setores mais pobres da população fossem segregados espacialmente, tendo que ocupar, em sua maioria, áreas ambientalmente frágeis, marcadas pelas desigualdades sociais e degradação ambiental, que contextualizam situações de injustiça ambiental. |