O objeto deste estudo é analisar o discurso das elites de Campos dos Goytacazes, tradicional polo regional do Norte Fluminense, cerca de vinte anos após o declínio das atividades da cana-de-açúcar e do álcool, no momento em que a questão regional volta a se manifestar diante das propostas de mudanças na distribuição dos royalties do petróleo e das duas grandes intervenções em andamento na região: o Complexo Portuário do Açu e o Complexo Logístico e Industrial Farol-Barra do Furado. Como metodologia, optou-se pela análise dos discursos, declarações e opiniões contidos nas matérias jornalísticas, colunas e artigos assinados do jornal Folha da Manhã, periódico, desde sua criação, em 1978, vinculado a defesa regionalista do Norte Fluminense. Para tanto, foram pesquisadas as edições de 01 de julho de 2006 a 30 de julho de 2011 para selecionar o material que contivesse
referência às posições, estratégias e ações dos agentes com maior grau de exposição e voz no jornal, ligadas à questão do desenvolvimento de Campos dos Goytacazes. O objetivo da seleção foi construir um campo dos discursos regionalistas de desenvolvimento do jornal Folha da Manhã nos últimos cinco anos (2006-2011). Mesmo com apenas cinco usinas operando no município na safra 2010/2011, as elites sucroalcooleiras permanecem polarizando o espaço do periódico de maior circulação regional, que, do ponto de vista ideológico, se divide entre a defesa da recuperação do setor sucroalcooleiro e a implantação de diferentes projetos de diversificação desvinculados da dinâmica econômica tradicional. |