Este trabalho discute o cenário ainda recente de ocupação da região Noroeste Fluminense pela monocultura do eucalipto, buscando verificar se o crescimento das áreas de plantio tem provocado modificações no ordenamento sócio-territorial da região, e como a expansão dos cultivos está sendo assimilada pelos diferentes atores sociais envolvidos neste processo. Nesse sentido, a pesquisa buscou descrever de que maneira vem ocorrendo à expansão dos plantios, sendo realizado um estudo de caso nos municípios de Miracema e Varre-Sai, possibilitando assim identificar os fatores que estimularam o crescimento da área plantada e as possíveis transformações socioeconômicas ocorridas no espaço regional. Deste modo, a pesquisa também retrata as distintas alianças e o processo de construção e execução das diferentes estratégias em torno da tentativa de expansão deste tipo de monocultura no Noroeste Fluminense. Para tanto, a coleta dos dados e sua análise se deram a partir da realização de um mapeamento da localização dos plantios, na aplicação de questionários com proprietários rurais que estão investindo nesse tipo de atividade, na realização de entrevistas semi-estruturadas com indivíduos vinculados a expansão da monocultura, e na análise de fontes documentais. Os resultados obtidos mostram que desde 2001 o governo estadual do Rio de Janeiro, em parceria com diferentes atores econômicos, vem adotando uma série de medidas visando expandir a monocultura de eucalipto no território Fluminense, evidenciando uma ampla gama de interesses, provocando conflitos ambientais em diferentes
escalas geográficas. E apontam que os plantios vêm se expandindo entre os proprietários de terra capitalizados, em áreas antes ocupadas por atividades tradicionais, e sem que haja o cumprimento das exigências legais. |