Degradação do paration metílico em diferentes matrizes aquosas: dados cinéticos e relação entre o aumento da toxicidade e a formação do paraoxon metílico

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Thiago Moreira de Rezende Araújo Maria Cristina Canela UENF Ciências Naturais Doutorado 20 de Julho de 2015
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Qualidade da água, Agrotóxicos NA Pesticidas organofosforados, paration metílico Campos dos Goytacazes
Tags Trabalho completo
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Resumo

Os pesticidas organofosforados estão entre os mais utilizados atualmente, sendo o paration metílico (PME) um dos mais usados no Brasil e na região. Eles possuem como principal característica estrutural a presença de um fósforo pentavalente e como principal ação tóxica a inibição da AChE. Como eles vêm sendo detectados em águas naturais podendo se tornar um grande risco para o ambiente, se faz necessário estudar o comportamento dos mesmos nesses locais. Embora haja trabalhos que façam essa avaliação, a maioria realiza os testes em clima temperado, com águas naturais dessas regiões, apenas detectam os subprodutos formados e não fazem testes de toxicidade ao longo dos mesmos. Desta forma, esse trabalho estudou a degradação do PME em diferentes matrizes aquosas sob ação da radiação solar em ambiente de clima tropical, avaliando-se a toxicidade da solução frente ao teste de inibição da AChE e a formação do paraxon metílico (POM). Porém, antes da realização dos testes de degradação sintetizou-se o O,O-dimetil O-p-hidroxifenil tiofosfato (DHT) e comparou-se sua toxicidade com a do PME, do p-nitrofenol (PNF) e do POM. Almejava-se com esses procedimentos, entre outras finalidades, verificar se a proposta feita por Araujo (2006) da formação de um subproduto inédito da fotólise do PME estava correta. Os resultados obtidos nessa etapa mostraram que ela estava correta e que a ordem de toxicidade das substâncias era: PNF<DHT<PME<POM. Numa segunda etapa, foram realizados dois testes de degradação. O primeiro, foi feito utilizando-se soluções do PME (1,30 mg L-1) em água ultrapura com e sem ácidos húmicos expostas ao sol envolvidas ou não com papel alumínio e, o segundo, feito de forma similar, porém utilizando-se soluções do PME em água do rio Paraíba do Sul “in natura” e esterilizada. Os dados do experimento 1 mostraram que embora a fotólise indireta tenha contribuído significativamente para o desaparecimento do pesticida na solução, foi a fotólise direta o processo preponderante para levar à degradação do mesmo. Com relação à análise do POM e da toxicidade, os resultados mostraram que houve aumento da inibição da AChE das soluções em relação ao tempo inicial apenas quando as mesmas foram expostas diretamente a radiação solar. Também, somente nesses casos, o POM foi detectado e quantificado, chegando até concentrações de 15,1 e 20,3 μg L-1, respectivamente, nos 24o e 48º dias de exposição para as soluções aquosas com e sem ácidos húmicos. Nas mesmas condições, a inibição da AChE chegou à valores iguais a 60 e 70 %. Esses resultados indicam que há relação entre a formação do POM e o aumento da toxicidade da solução. Com relação ao experimento 2, os resultados obtidos no mesmo reforçaram a relevância da radiação solar na degradação do paration metílico em solução aquosa e, também, indicaram que, nas condições avaliadas, processos de degradação abióticos foram mais importantes para degradar o pesticida do que os bióticos. Para esse experimento, novamente o POM só foi detectado nas amostras expostas diretamente a radiação solar. Porém, para as soluções preparadas a partir da água do rio “in natura” ele foi detectado em baixas concentrações, máximo de 1,87 μg L-1 no 4º dia de exposição, o que não levou a um acréscimo na inibição da AChE com relação ao tempo inicial.

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