Os conflitos decorrentes da disputa pelos recursos naturais estão se acirrando, bem como os eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes e intensos. Por outro lado, as geotecnologias estão se tornando mais acessíveis, tanto do ponto de vista da intuitividade do usuário quanto do seu custo de aquisição. A consequência foi o desenvolvimento das plataformas geocolaborativas para as mais diferentes finalidades, permitindo ao usuário criar mapas, compartilhar e adquirir informações sobre o espaço geográfico. Aqueles conflitos e os eventos climáticos extremos apresentam consequências no campo da segurança pública, embora pouco conhecidos. Bem como ainda não foram internalizados os seus custos. Parte-se do método de investigação empírico com abordagem exploratória-descritiva, usando como estudo de caso o Comando de Polícia Ambiental (CPAm) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Foram analisadas as bases epistemológicas das tecnologias de mapeamento colaborativo e da fiscalização ambiental pelo CPAm, além dos registros de crimes ambientais dos anos de 2014 a 2016. Essa abordagem permitiu uma análise temática dos principais crimes ambientais ocorridos no estado do Rio de Janeiro naqueles anos. A seguir, buscou compreender a interconexão entre o sistema de prevenção da criminalidade e o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), e as consequências para a segurança pública. Além disso, procurou-se diagnosticar o panorama atual da fiscalização ambiental no Brasil, a partir do recorte temático polícias militares ambientais (PMAm). Questionários foram encaminhados a todas as PMAm, ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Assim, foi possível explorar oito principais domínios: suas origens; seus efetivos, distribuição e organização; suas estruturas logística-operacionais; o emprego de geotecnologias; a integração; os resultados operacionais; a análise regional; e a análise geral das polícias militares ambientais. Destaca-se que: as polícias militares ambientais estão entre as maiores forças de proteção da natureza do País. Revela-se ainda que existem pontos fracos e oportunidades de melhorias a serem implementadas; as ferramentas geocolaborativas têm potencial para tornar mais eficazes as ações daquelas forças militares de proteção ambiental, otimizando tempo e o emprego de recursos humanos e materiais, promovendo mais proteção ambiental. Apesar disso, as geotecnologias envolvendo o sistema de informações geográficas (SIG) não estão totalmente difundidas entre as polícias militares ambientais brasileiras, em razão da falta de uma capacitação específica. |