As águas doces são imprescindíveis para a manutenção da vida na Terra e para o desenvolvimento econômico mundial. Apesar disso, a quantidade e qualidade da água vem sendo ameaçada em decorrência do seu uso excessivo e pela ocupação desordenada do solo. O estudo da qualidade da água é essencial para identificar as consequências que essas ações podem gerar em um corpo hídrico e para criar meios para atender determinado uso da água. Para avaliar a qualidade da água utiliza-se de parâmetros indicadores, podendo ser biológicos, físicos ou químicos. A caracterização desses parâmetros de forma independente tem grande importância, uma vez que permitem uma análise individual dos elementos que estão alterando a qualidade da água, mas por outro lado, a grande quantidade, acaba dificultando a interpretação dos seus resultados. Os índices de qualidade da água surgiram da necessidade de resumir esses resultados em um único valor numérico, possibilitando uma compreensão geral da qualidade da água do corpo hídrico e facilitando a interpretação dos dados. Dessa forma, o objetivo desta dissertação foi fazer uma caracterização da qualidade da água da Lagoa de Cima (LC), através de parâmetros físico-químicos e microbiológicos e da aplicação do Índice de Qualidade da Água (IQA). As coletas das amostras foram realizadas em seis pontos distribuídos ao longo da lagoa, um ponto no rio Imbé e um ponto no rio Urubu, e ocorreram em duas campanhas, nos meses de abril de 2019 e outubro de 2019, contemplando as variações no espaço e no tempo. As análises físico-químicas e microbiológicas foram realizadas no Laboratório de Análises e Monitoramento das Águas (LabFoz) do Polo de Inovação Campos dos Goytacazes do Instituto Federal Fluminense (PICG/IFFluminense). As determinações foram feitas, em sua maioria, em triplicata e os métodos de análise seguiram as normas técnicas estabelecidas pelo Standard Methods for examination of water & wastewater 23rd. Os resultados obtidos foram comparados aos padrões estabelecidos pela Resolução nº 357 de 2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e com trabalhos científicos similares. O IQA utilizado foi desenvolvido pela National Sanitation Foundation (NSF) e calculado em planilha de Excel, utilizando tanto a fórmula da média quanto a do produtório ponderado. Os resultados demonstraram que as águas da Lagoa de Cima apresentaram qualidade compatível com a Classe 2 / águas doces e sua classificação segundo o IQA é “BOA”. Espera-se que este trabalho possa auxiliar os gestores no desenvolvimento de ações para a conservação e o uso sustentável desse corpo hídrico. |