As lagoas costeiras formam um importante complexo de corpos d’água continentais, cobrindo cerca de 13 % dos continentes, onde o continente sul-americano contribui com 12,2% dos corpos d’água continentais costeiros (BARNES, 1980). Grande parte do litoral brasileiro apresenta este tipo de ecossistema, porém suas características peculiares, e suas interações ecológicas estão cada vez mais ameaçadas pela ação antrópica cada vez mais acelerada, citando como um dos problemas a ocupação humana próxima a recursos de água doce, trazendo sérios distúrbios a esses ambientes. A Lagoa de Grussaí, alvo desse estudo, é um corpo hídrico que vêm sofrendo tais perturbações, somando alterações em seus processos biológicos devido à urbanização acelerada de suas margens e ausência de planejamento necessário para garantir a infraestrutura necessária para a população bem como a sustentação desse ecossistema. Nessa premissa, foi realizado um levantamento do processo de ocupação da Lagoa de Grussaí devido à mesma ter sido de forma desordenada, avaliando os impactos significativos promovidos por tal situação, correlacionando às legislações municipais e aplicáveis a tal ecossistema, e suas fragilidades, tendo como resultado a necessidade de interferência antrópica em caráter positivo mitigando a poluição tanto de suas margens quanto de seu corpo hídrico já incorporado ao ecossistema. Alinhado a esse estudo inicial, foram identificados a ausência de delimitação da faixa marginal de ocupação permitida tanto à nível do ecossistema quanto à nível do oceano (Faixa Preamar) parametrizando com as legislações específicas bem como levantando a dinâmica do solo e a gestão de águas urbanas em ambientes como esse. Juntamente a essa discussão, foi identificado também à presença de coliformes totais e E.coli em águas de poço e de distribuição da concessionária devido ao aporte de esgoto domestico, um dos principais problemas enfrentados por esse ecossistema, implicando em consequências no consumo e exposição da população a doenças. Nesse sentido, foi necessário traçar um modelo, baseado na análise SWOT, permitindo fundamentar diagnósticos e avaliações reais para modelar possíveis interferências no ambiente em questão bem como a sustentabilidade ecossistêmica.