O rio Paraíba do Sul (RPS) tem um papel decisivo no Estado do Rio de
Janeiro, abastecendo de água cerca de 80% da população e recebendo efluentes
industriais e urbanos. Na composição desses efluentes estão presentes alguns
metais pesados, como o Cr. Devido ao grande uso desse elemento (mais
especificamente na sua forma Cr+6) pelo setor siderúrgico, faz-se necessária a
detecção dessa forma química. Tal íon metálico é o estado de oxidação mais
tóxico do Cr, o que coloca em risco as espécies animais e vegetais relacionados
ao rio. O presente trabalho objetivou a determinação da concentração de cromo
total e hexavalente em plantas de Eichhornia crassipes. Esta espécie vegetal,
presente em grande quantidade no RPS e com alta capacidade de acumular
metais pesados sem comprometer seu metabolismo, permite seu próprio uso na
avaliação de contaminação do ambiente. As plantas foram coletadas nas regiões
do alto, médio e baixo RPS e no rio Imbé (considerado como ambiente controle).
Separadas as suas partes (raízes e partes aéreas), as análises foram conduzidas
em espectrofotômetro de absorção atômica (120 Varian Techtron). Foi possível
quantificar Cr total nas amostras, entretanto a obtenção dos resultados para Cr+6
esbarrou na alta presença de Fe (principal interferente do Cr+6) dessas amostras.
Para tanto, foi necessário estabelecer o limite inferior de detecção de Cr+6 na
presença de Fe. Com essa finalidade, foram preparadas misturas de soluções
padrões de Fe+3 em diferentes concentrações e uma solução de 0,5 ppm de Cr+6
em 1,5-DFC. A partir dos resultados obtidos, foi conduzido um experimento em
casa de vegetação, no qual as plantas citadas foram cultivadas durante um
período de quatro dias em soluções de Cr+6 e Cr+3 nas concentrações de 1 e 10
mM. Análises ecofisiológicas de trocas gasosas, emissão de fluorescência da
clorofila a e conteúdo dos pigmento fotossintéticos foram feitas em indivíduos
adultos de aguapé. Os resultados mostraram que as concentrações de Cr total
foram maiores para as raízes que para as partes aéreas quando se utilizou a
forma hexavalente do Cr. Os espectros obtidos no Uv-Visível para as mostras
tratadas com Cr+3 foram claramente diferentes daqueles obtidos para o Cr+6. As análise ecofisiológicas mostraram que a presença de Cr+3 nas concentrações de 1
e 10 mM foi capaz de estimular a assimilação fotossintética, evapotranspiração e
condutância estomática nas plantas analisadas em 2 dias de experimento. Porém
as plantas expostas a Cr+6 1 e 10 mM sofreram queda nos parâmetros
fotossintéticos avaliados para o mesmo tempo de exposição ao metal pesado.
Quando analisadas em 4 dias, as plantas do tratamento com Cr+3 1 e 10 mM e
Cr+6 1mM apresentam queda dos parâmetros supracitados em relação às plantas
controle. Ao final do experimento os indivíduos expostos a Cr+6 10 mM
encontravam-se bastate necrosados de forma que os resultados não foram
mostrados. |