As mudanças econômicas ocorridas no Brasil a partir do ano de 2003, estimularam uma nova rodada de investimentos em infraestrutura portuária. A necessidade da exportação de commodities, principalmente de minério de ferro, para países em desenvolvimento criou a situação ideal para a implantação de um complexo logístico portuário no Norte Fluminense, sediado no município de São João da Barra. Apesar da construção ser iniciada somente no ano de 2007, a discussão sobre sua viabilidade já vinha ocorrendo desde o final da década de 1990, contando com a participação controversa de agentes públicos e privados. Vários foram os fatores que influenciaram na escolha dessa região, destacando-se entre eles a estrutura fundiária. Sabe-se também, que empreendimentos de tal porte acarretam em uma série de transformações nas dinâmicas existentes. Diante do exposto, propõe-se com este trabalho resgatar e avaliar as transformações territoriais e socioambientais ocorridas na região anteriormente à implantação do complexo portuário, e também aquelas observadas após a consolidação das obras. Para tanto, foram realizadas pesquisas sobre a (re)produção do espaço e as centralidades existentes na Baixada Campista, assim como o resgate do histórico da Barra do Açu e sua relação com a Usina Santo Amaro. Coube à aplicação dos questionários, avaliar as recentes mudanças no entorno do empreendimento. Ao fim da pesquisa verificou-se a importância do declínio do setor sucroalcooleiro para a escolha da região em sediar o novo projeto portuário, assim como a percepção da população local frente às obras de construção do complexo logístico portuário. |