Typha domingensis é uma macrófita aquática emersa distribuída em áreas
alagadas ao redor do mundo. Esta macrófita tem demonstrado ampla capacidade de
acúmulo de carbono e nutrientes, podendo ser aplicada na mitigação de problemas como
tratamento de efluentes e seqüestro de carbono. Distúrbios ambientais podem alterar o
desenvolvimento, produtividade e alocação de recursos nesta planta. Mudanças no ciclo
hidrológico e eventos agudos de estresse (queimada) são capazes de modificar o ciclo
de vida de T. domingensis, modificando assim, a distribuição de biomassa e de
nutrientes entre as partes áreas e subterrâneas. Devido à sua elevada produção primária,
somada aos recursos estocados nos rizomas, esta planta sob condições de estresse pode
ser considerada resiliente em ambientes pobres em P, como na lagoa do Campelo. Esta
planta sob outras condições de estresse, osmótico e iônico, pode apresentar pequenas
mudanças nos estádios inicias de desenvolvimento, diferentemente dos estádios
maduros, onde o desequilíbrio nutricional é maior. Estas modificações levam ao
acúmulo de íons potencialmente tóxico às plantas, como Na e S, e a produção de
espécies reativas de oxigênio, que afeta os pigmentos fotossintéticos, promovendo a
redução do C foliar em T. domingensis da lagoa do Açu. O Na atuou também
significativamente como competidor iônico, afetando o equilíbrio osmótico e
desenvolvimento vegetal. Para a manutenção da sobrevivência de T. domingensis na
lagoa do Açu foi observado aclimatações, como redução da área foliar, para minimizar
perdas por transpiração de água e elevação nos teores de prolina e poliaminas, para
auxiliar na entrada e retenção de água, além de proteger proteínas e membranas
biológicas. |