Dinâmica populacional e exploração do camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Decapoda: Penaeidae) no norte do estado do Rio de Janeiro

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Laís Pinho Fernandes de Oliveira Ana Paula Madeira Di Beneditto UENF Ecologia e Recursos Naturais Doutorado 24 de Março de 2015
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Fauna Camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (vegetal) NA São João da Barra
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Hidrosfera | Escoamento superficial | Evapotranspiração | Rede hídrica | Bioma | Econômica | Natural | Acessar
Resumo

O objetivo deste estudo é analisar a dinâmica populacional do camarão setebarbas, Xiphopenaeus kroyeri, a partir de amostras provenientes da pesca praticada no porto de Atafona, norte do estado do Rio de Janeiro, e descrever os aspectos relacionados à sua produção e ao perfil socioeconômico dos pescadores envolvidos nesta atividade. Para a análise da dinâmica populacional foram obtidas amostras mensais da espécie durante seis anos (2005-2006, 2006-2007, 2008- 2009, 2009-2010, 2011-2012 e 2012-2013) a partir da pesca praticada entre 21°25’S e 21°50’S. A produção pesqueira foi estimada mensalmente entre agosto de 2010 e julho de 2012 nos pontos de desembarque, e o levantamento socioeconômico da atividade foi realizado através de entrevistas com pescadores que atuam na região. A amostragem de machos e fêmeas da espécie foi de 48,9% e 51,1%, respectivamente. A média do porte de machos e fêmeas foi de 85,8±13,7 mm e 90,3±18,4 mm para o comprimento total, e 3,6±1,7 g e 4,6±2,7 g para o peso, respectivamente. O comprimento total assintótico médio foi estimado em 131,3±7,6 mm para os machos e 149,0±4,6 mm para as fêmeas. As médias da taxa de crescimento (ano-1) foram 0,85±0,3 (FiSAT) e 1,82±0,3 (Solver) para os machos, e 0,47±0,2 (FiSAT) e 1,59±0,1 (Solver) para as fêmeas. A longevidade média foi estimada em 2,7 anos para os machos e 2,9 anos para as fêmeas. Os imaturos foram registrados com maior frequência entre os meses de janeiro a maio e julho. As taxas de mortalidade foram diferenciadas entre os sexos e os anos de amostragem e resultaram em taxas de exploração acima do máximo sustentável, caracterizando um estado de sobreexplotação deste estoque. A captura por unidade de esforço mensal da espécie variou de 5,9 a 19,1 kg h-1, a produção total estimada variou de 8,3 a 95,1 t mês-1, e a proporção entre a espécie-alvo e a captura acessória (peixes e crustáceos braquiúros, principalmente) variou de 0,6:1,0 a 2,7:1,0. O camarão sete-barbas é vendido ao consumidor final por R$ 8,00/kg (in natura), R$ 10,00 (sem cefalotórax), e R$ 15,00/kg (descascado). O levantamento socioeconômico indicou que nesta região a pescaria é realizada por profissionais do sexo masculino com idade entre 23 e 76 anos, e que 57% dos profissionais possuem apenas o ensino elementar incompleto. A renda mensal média de cada pescador fica em torno de R$ 1.160,00. Dentre os problemas relatados pelos pescadores entrevistados em relação à pesca local destaca-se o assoreamento do rio Paraíba do Sul, que dificulta a navegação entre o porto e os campos de pesca. Como medida de ordenamento pesqueiro sugere-se o acompanhamento mensal das capturas a fim de possibilitar estimativas consistentes sobre a viabilidade de exploração deste estoque do camarão sete-barbas.

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