O objetivo do trabalho é identificar as fontes e os principais processos que afetam o transporte do CND pelo rio Paraíba do Sul (RPS). Como modelo fluvial, escolhemos o continuum continente/oceano do RPS, o único sistema fluvial que possui série temporal de fluxo de CND disponível. A bacia de drenagem do RPS era coberta originalmente por mata Atlântica (plantas tipo C3), que foi quase completamente destruído por corte e queimadas. Como resultado, grandes quantidades de carvão derivado de madeira ainda existem estocado nos solos. Atualmente, a maior parte da bacia é coberta por pasto (67%) e existem extensivas plantações de cana (plantas tipo C4). Em ambas as culturas as queimadas são utilizadas como forma de controle e pré-colheita respectivamente. As amostras de água foram coletadas ao longo do rio, principais afluentes e também ao longo do gradiente de salinidade no estuário e até 35 km offshore. O CND foi determinado a nível molecular, como ácidos benzenopolicarboxilicos (BPCAs). A composição isotópica do carbono (d13C) foi determinada no COD extraído pela extração de fase sólida (d13C-COD-SPE) para distinguir as fontes C3 e C4. Nossos resultados mostram claramente uma relação entra a hidrologia e as concentrações de CND no RPS, com as maiores concentrações de CND na estação chuvosa e menores concentrações na estação seca. Essa relação indica que CND é principalmente mobilizado dos horizontes superiores do solo durante fortes chuvas. A relação estatisticamente significativa entre o d13C-SPE-COD e as concentrações de CND indicam que a maior parte do CND transportado pelo RPS foi originado de plantas C3 (floresta), por exemplo, a partir de eventos históricos de queimadas da mata Atlântica. Um simples modelo de mistura pode reproduzir as concentrações observadas dentro do continuum continente/oceano. Assim, no sistema fluvial e no estuário, as concentrações de CND se comportaram principalmente conservativamente. |