Geoquímica de arsênio na bacia inferior do rio Paraíba do Sul

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Annaliza Carvalho Meneguelli de Souza Cristina Maria Magalhães de Souza UENF Ecologia e Recursos Naturais Doutorado 23 de Fevereiro de 2018
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Qualidade da água, Aquíferos, Águas superficiais NA Arsênio Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Francisco do Itabapoana
Tags Trabalho completo
| Hidrosfera | Escoamento superficial | Infiltração | Rede hídrica | Econômica | Social | Natural | Acessar
Resumo

Um estudo da abundância e geoquímica do arsênio (As) foi realizado pela primeira vez na bacia inferior do rio Paraíba do Sul (RPS) abrangendo o RPS e seus tributários principais (rios Muriaé, Pomba e Dois Rios), áreas estuarinas e inundáveis. Para tal os compartimentos ambientais avaliados foram a fração dissolvida, o material particulado em suspensão (MPS) e o sedimento na coluna d‘água e a água subterrânea. Na fração dissolvida da água subterrânea a concentração de As alcançou valores até 38,8 μg.L-1 e no MPS e sedimentos superficiais os maiores valores foram 4,2 e 13,8 mg.kg-1, respectivamente. No sedimento a presença de As foi relacionada a sua adsorção em óxidos de ferro e carbono orgânico, e foi dependente da área superficial dos grãos, predominando nos sedimentos com maior proporção de frações finas (silte e argila). Correlações positivas foram observadas entre o As, o sulfato e o carbono orgânico dissolvido na água subterrânea. Devido a isso, o metaloide foi relacionado à presença de sulfetos no sedimento, que disponibiliza o As para os poços devido a oxidação. Além disso, é sugerido que o As ocorra na água subterrânea como o arsenito, que é a sua forma mais tóxica. No MPS as concentrações de As foram maiores na estação seca (junho, agosto e outubro) em relação à estação chuvosa (dezembro, fevereiro e abril), e foram de 2,6 ± 0,69 mg.kg-1 e 1,98 ± 0,29 mg.kg-1, respectivamente. A prevalência de condições oxidantes na água superficial, que favorece a adsorção de As em óxidos de ferro, alumínio e manganês no MPS pode ter sido responsável pela não detecção do metaloide na fração dissolvida da coluna d‘água. A concentração e a distribuição do As nos compartimentos avaliados sugere que a fonte de As para esse sistema hídrico é natural e difusa, sendo dependente das condições físico-químicas, dos sulfetos, metais formadores de óxidos e matéria orgânica. Apesar disso, a presença do As em poços ressalta a importância do monitoramento nesses locais, visto que alguns poços são utilizados para irrigação, dessedentação de animais e abastecimento público.

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