Mercúrio e composição isotópica de caranguejos em manguezais brasileiros: relação entre hábitos alimentares, nível trófico e biomagnificação

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Cynara Pedrosa Fragoso Carlos Eduardo de Rezende UENF Ecologia e Recursos Naturais Doutorado 11 de Julho de 2019
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Fauna, Manguezal Caranguejos (Ucides cordatus, Aratus pisonii e Goniopsis cruentata) Mercúrio São Francisco de Itabapoana
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Hidrosfera | Escoamento superficial | Evapotranspiração | Rede hídrica | Bioma | Natural | Acessar
Resumo

A tese teve o objetivo geral de avaliar os níveis de mercúrio (Hg) e a composição elementar e isotópica do carbono e do nitrogênio na cadeia alimentar do ecossistema de manguezal através de três espécies de caranguejos, investigando a relação entre hábitos alimentares, nível trófico e biomagnificação. O estudo foi realizado nas regiões Sudeste (área 1), Nordeste (área 2) e Norte (área 3) do Brasil, utilizando um manguezal como modelo de estudo para cada região. As áreas de estudo foram: área 1 - manguezal do estuário do rio Paraíba do Sul, Rio de Janeiro; área 2 - manguezal do estuário da Barra do rio Mamanguape, Paraíba; área 3 - manguezal do estuário de Caeté, Pará. Nos manguezais foram coletadas as espécies de caranguejos (Ucides cordatus, Aratus pisonii e Goniopsis cruentata), suas prováveis fontes alimentares (folhas verdes, folhas senescentes e artrópodes) e sedimentos superficiais. No capítulo 1 foi apresentada uma revisão bibliográfica sobre a aplicação dos isótopos estáveis e as principais ferramentas acessórias usadas na modelagem das cadeias alimentares aquáticas. Foram evidenciados os principais pontos críticos e avanços nos modelos estatísticos utilizados em estudos de ecologia trófica, além de informações sobre seus pontos fortes, limitações e perspectivas. No capítulo 2 foram abordados as preferências alimentares, estrutura trófica e nicho isotópico dos caranguejos em cada área de estudo. Os resultados mostraram variações entre as espécies e áreas, não sendo observado um padrão geral na preferência alimentar e nicho isotópico dos caranguejos. Tais informações contribuem para um melhor entendimento da ecologia trófica das comunidades e são fundamentais para o monitoramento e conservação de todo o ecossistema, uma vez que as espécies tem papel significativo na dinâmica de nutrientes, matéria orgânica e fluxo de energia. O capítulo 3 fecha o trabalho apresentando as concentrações de Hg total em associação às razões elementares (C:N)a e isotópicas (δ13C e δ15N) nas espécies de caranguejos e nos demais compartimentos analisados (folhas, artrópodes e sedimento). Os resultados sugerem a ocorrência da biomagnificação do Hg na cadeia alimentar da área 1 e em menor proporção na área 3. A avaliação dos níveis de Hg nos caranguejos não indica risco direto de consumo pela população humana. Contudo, em áreas com potencial de biomagnificação, organismos de níveis tróficos superiores podem vir a ultrapassar as concentrações de Hg permitidas. Isso reforça a necessidade de monitoramento constante dos níveis de contaminação das regiões costeiras prevenindo sérios danos à qualidade do ecossistema e à saúde humana.

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