Poucos estudos em recifes artificiais (RAs) têm sido conduzidos em larga escala temporal, apesar do seu potencial para o entendimento da dinâmica ecológica e do incremento de recursos pesqueiros. Embora o entendimento dos RAs dependa principalmente dos aspectos ecológicos, estudos recentes têm apontado à importância dos estudos socioeconômicos para a compreensão desses recifes. Os objetivos desse estudo são: realizar uma revisão identificando avanços e lacunas dos aspectos ecológicos e socioeconômicos dos RAs (capítulo 1), descrever a pesca artesanal da comunidade pesqueira afetada pelo RA mais estudado do Brasil (capítulo 2), avaliar a percepção de pescadores artesanais em relação à contribuição desse RA na pesca local (capítulo 3), identificar mudanças de longo prazo (1996 - 2017) nas assembleias de peixes encontradas no RA e na área controle (AC) (capítulo 4), e por fim, formular e testar índices multimétricos capazes de avaliar os efeitos de estruturas artificiais em assembleias de peixes (capítulo 5). Os resultados obtidos, ao longo de duas décadas, mostram o importante papel do RA no incremento de espécies comerciais importantes no Brasil. Do ponto de vista ecológico, os resultados fornecem contribuições aplicadas sobre mudanças de longo prazo em assembleias de peixes associados ao RA mediado por efeitos temporais e sazonais. Do ponto de vista socioeconômico, os dados apontam para uma percepção positiva dos pescadores artesanais da comunidade Guaxindiba quanto aos benefícios do recife para a pesca na costa norte do Rio de Janeiro, Brasil. Além disso, esse estudo representa uma primeira tentativa de avaliar a eficiência de RAs numa escala global (ARMIr) e local (ARMIe), utilizando índices multimétricos com base em dados ecológicos e socioeconômicos de assembleias de peixes. Finalmente, concluímos que esse estudo avança em questões relacionadas sobre a pesca artesanal em RAs implantados próximo a grandes rios e fornecem informações ecológicas que corroboram com dados pretéritos do RA implantado na costa norte fluminense. As principais limitações metodológicas e logísticas desse estudo parecem ter sido minimizadas e a formulação de um novo método de avaliação multi-métrica parece ser eficaz e promissor para o manejo dos RAs. |