O presente estudo abordou a decomposição de folhas de Clusia hilariana em moitas da formação arbustiva aberta de Clusia no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ. Este estudo testou as hipóteses de que a taxa de decomposição de folhas de C. hilariana é lenta e que a velocidade de decomposição de folhas de C. hilariana e liberação de nutrientes destas diferenciam-se entre moitas de C. hilariana adulta e moitas de C. hilariana senescente, sendo este maior no início do processo de formação de moitas (MCA) que no final (MCS). O experimento de decomposição teve início em novembro de 2004, utilizando-se folhas da espécie em estudo em sacos de decomposição de malha grossa alocados em MCA e MCS. A taxa de decomposição neste ambiente é lenta, e diferiu entre as categorias de moitas estudadas, demonstrando que esse processo é mais acelerado em MCA (k=0,29) do que em MCS (k=0,22). A decomposição mais lenta observada em ecossistema de Restinga, deve-se provavelmente, ao alto grau de escleromorfismo do material vegetal aliado as condições edáficas. Em relação à meia-vida, as folhas de MCA obtiveram um valor menor (866dias), quando comparadas com as folhas de MCS (1155dias). As concentrações iniciais dos nutrientes diferiram estatisticamente entre as categorias de moitas para K, Mg e Na. O padrão de liberação de nutrientes durante a decomposição apresentou diferenças significativas entre MCA e MCS para os elementos C e K, porém nota-se uma tendência da liberação de nutrientes ser mais rápida em MCA do que em MCS para a maioria dos elementos,com exceção do elemento Na. Os elementos que apresentaram as maiores quantidades remanescentes, após um ano de experimento, foram o Mg e o Ca enquanto os elementos K e Na tiveram as menores quantidades remanescentes, denotando a susceptibilidade desses à lixiviação. Os resultados do presente estudo demonstram que, entre as categorias de moitas, aquelas com dossel mais fechado(MCA),caracterizadas como adultas, apresentaram taxas de de composição maiores do que as moitas com dossel aberto (MCS), caracterizadas como senescentes. Estes resultados sugerem que a diferente arquitetura existente entre essas moitas gera diferenças no microclima observado, alterando fatores edáficos e bióticos essenciais às taxas de decomposição. |