A construção de alagados artificiais com o intuito de reduzir as quantidades de nutrientes
de efluentes tem se tornado uma prática comum nos últimos anos, sendo um sistema
utilizado como uma medida preventiva da poluição aquática onde a matéria orgânica
será convertida em compostos gasosos através de processos mediados por
microorganismos. Alguns destes gases podem apresentar efeitos adversos na atmosfera,
uma vez que grande parte dos materiais desta atividade microbiana são os gases
responsáveis pelo efeito estufa. Considerando tais vias metabólicas naturais, os alagados
construídos, podem ser considerados um risco já que a poluição aquática está sendo
evitada com sua utilização, mas está sendo convertida em poluição atmosférica. O
presente estudo objetivou conhecer a produção e as possíveis vias de emissão de metano
em pequenos alagados construídos analisando os efeitos da eutrofização e o papel das
macrófitas aquáticas na circulação do metano nestes ambientes aquáticos. Com base nos
objetivos propostos, tanques experimentais foram construídos e abastecidos com
material (sedimento, água e macrófitas aquáticas) proveniente de duas lagoas (uma
eutrofizadas artificialmente e uma lagoa foi tomada como controle). O processo de
experimentação mostrou que os alagados artificiais são capazes de produzir metano e
emitir através de bolhas, difusão na coluna d’água e emissão através da comunidade de
macrófitas aquáticas emergentes. Foi possível evidenciar a influência positiva do
lançamento de efluentes domésticos, aumentando a concentração de matéria orgânica
para a metanogênese e reduzindo as concentrações de oxigênio dissolvido no sistema
experimental, que também influenciava positivamente o processo de formação de
metano. As macrófitas aquáticas mostraram através deste experimento a sua contribuição
para a oxidação de suas raízes e rizomas, favorecendo os organismos metanotróficos, e
possivelmente são responsáveis pela emissão direta de parte do metano sintetizado no
sedimento destes ambientes. |