Produção de biomassa e decomposição de folhas de Typha domingensis Pers na Lagoa do Campelo, RJ

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Giselli Martins de Almeida Freesz Marina Satika Suzuki UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 31 de Julho de 2007
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Flora Typha domingensis Pers (vegetal) N, P, C Campos dos Goytacazes
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Evapotranspiração | Interceptação | Bioma | Natural | Acessar
Resumo

Nesse estudo foi avaliado o incremento em biomassa foliar da macrófita Typha domingensis sob dois regimes hidrológicos (período seco-PeS e inundado-PeI), assim como estimado a taxa de decomposição dessa macrófita em dois estágios fenológicos distintos (folha adulta-verde e senescente). O acompanhamento do incremento em biomassa foliar foi realizado através de folhas previamente marcadas, coletadas em intervalos pré-determinados para medições alométricas e determinações químicas. A decomposição foi avaliada pelo método de “litter-bags”, incubando-se à margem da lagoa do Campelo cerca de 10g de substrato foliar verde e seco em sacos distintos. A cada coleta, triplicatas de cada substrato foram amostradas e a taxa de decomposição calculada, segundo modelo exponencial simples (Olson 1963). Os resultados obtidos no estudo comparativo entre os períodos hidrológicos mostraram que no período inundado T.domingensis apresentou maior altura média das folhas (123,05 cm no PeI e 64,78cm no PeS) e maior incremento em biomassa (2,37g) se comparado ao período seco (1,07g). As concentrações de N e P na biomassa foliar foram, em média, inferiores no período inundado, enquanto que a concentração de C mostrou-se superior nesse mesmo período. Um “efeito diluidor” desses nutrientes com o aumento rápido da biomassa no período inundado foi sugerido. No experimento de decomposição foi verificado que folha verde (FV) perdeu mais massa ao longo do período do experimento de decomposição e consequentemente apresentou uma maior taxa de decomposição em comparação com folha seca (FS). O k (coeficiente de decomposição) para os dois substratos foi de 0,0078 g.dia-1 (FV) e 0,0052 g.dia-1 (FS) e a meia vida de 89 e 133 dias para FV e FS, respectivamente. Durante o processo de decomposição, o aumento de N foi mais efetivo em folha verde e o P mostrou-se mais adsorvido à folha seca. Folha verde apresentou maior concentração inicial de polifenóis. Embora compostos húmicos como polifenóis sejam considerados inibidores da ação de microorganismos, estes foram lixiviados num curto período de tempo durante o processo de decomposição, aparentando não influenciar a taxa de decomposição da biomassa em ambos os substratos. Os resultados do presente estudo sob enfoque na biomassa foliar de T. domingensis sugerem que esta é fortemente influenciada pelo regime hidrológico, mostrando um maior incremento nas cheias, porém a concentração de nutrientes necessariamente não acompanha esse padrão. Já no experimento de decomposição, os resultados apontam para a influência da qualidade do “litter” no processo de decomposição, visto que FV tem seu decaimento mais rápido e acúmulo diferenciado de nutrientes a o longo do processo.

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