Avaliação espaço-temporal de metais pesados no rio Paraíba do Sul e rio Imbé por meio de plantas de Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (aguapé), séston e sedimento

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Leonardo Bernardo Campaneli da Silva Ângela Pierre Vitória UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 14 de Janeiro de 2008
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Flora, Sedimentos Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (aguapé) Metais pesados: Mn, Fe, Cu, Zn, Ni, Cr, Pb Campos dos Goytacazes (RJ), Volta Redonda (RJ), São José dos Campos (SP)
Tags Trabalho completo
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Resumo

Os metais pesados participam da dinâmica de ecossistemas lóticos sendo potencialmente incorporados basicamente por 3 compartimentos: sedimento fluvial, coluna d’água e biota. O aguapé é uma macrófita aquática útil como planta modelo do compartimento biótico por sua característica de bioacumular metais pesados sem aparentes sintomas de estresse. O ecossistema avaliado neste estudo é o rio Paraíba do Sul (RPS) que possui vital importância para o sudeste, já que seu leito assume várias funções para população de sua bacia. Do ponto de vista ecológico, os rejeitos antrópicos são a forma mais pronunciada de impactar o RPS. Entre os rejeitos, destacam-se os metais pesados por serem bioacumulativos e nãodecomponíveis. Este trabalho objetivou avaliar a dinâmica de metais pesados (Mn, Fe, Cu, Zn, Ni, Cr e Pb) em função de suas variações espaciais (três locais de coleta no RPS e um local no rio Imbé, o qual foi tomado por controle) e temporais (duas estações do ano em dois anos de coletas). Para isto foi utilizado o aguapé como planta modelo do compartimento biótico (amostras separadas em quatro partes: limbo e pecíolo foliares, raízes jovem e adulta) e amostras de sedimento fluvial e séston (material particulado aderido as raízes de aguapé) como componentes abióticos do sistema. Além disto, foram medidos parâmetros físico-químicos para subsidiar a discussão dos dados. Todas as amostras foram submetidas à digestão química baseada no emprego de ácidos fortes concentrados sob elevada temperatura e pressão. A concentração dos metais pesados foi obtida pela leitura dos extratos em espectrofotômetro de emissão atômica acoplado a plasma induzido (ICP-AES). Entre as quatro partes vegetais, foi observado que as raízes são o principal local de acúmulo de metais pesados e que não houve diferença estatística entre as partes da folha analisada (limbo e pecíolo). Como esperado, o rio Imbé apresentou baixas concentrações da maioria dos metais. Dos quatro locais amostrados, apenas o Baixo RPS mostrou dinâmica temporal que se repetiu nos dois anos de amostragem. A região do Médio RPS, em geral, apresentou as maiores concentrações de metais em plantas, principalmente Cr (82,3 e 106 μg.g-1, raiz jovem e adulta respectivamente) que se equiparou a valores de rios conhecidamente poluídos por este metal. Estes elevados valores foram relacionados à presença de indústrias de metalurgia e siderurgia nesta região. A região do Alto RPS mostrou um descompasso temporal acentuado entre pluviosidade e vazão do RPS. Talvez este descompasso explique a ausência de dinâmica sazonal para a maioria dos metais pesados analisados nesta região.

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