Nesse estudo foi avaliada a concentração de CH4 na coluna d’água em duas lagoas continentais (Lagoa de Cima e do Vigário, Campos dos Goytacazes - RJ) com diferentes graus de contaminação por efluentes domésticos, na presença e ausência da macrófita Typha domingensis. Na lagoa do Vigário foram observadas concentrações de CH4 em áreas com macrófitas (CM) e sem macrófitas (SM). A concentração de metano na área SM variou entre 0,09 - 6,63 mol.L-1 e na área CM o intervalo foi de 0,06 - 0,80 mol.L-1 . Os resultados indicam uma maior concentração de CH4 na área SM em relação à área CM. A avaliação temporal da concentração de CH4 foi realizada em áreas sem macrófitas nas duas lagoas. O intervalo de concentração de metano na lagoa do Vigário foi maior no período chuvoso (0,14 – 0,36 mol.L-1) em relação ao período seco (0,07 - 0,20 mol.L-1). Na lagoa de Cima observou-se o mesmo padrão de variação temporal com maior concentração de CH4 no período chuvoso (0,12 - 0,49 mol.L-1) em relação ao período seco (0,07 - 0,13 mol.L-1). O efeito da Typha no ciclo do CH4 foi avaliado em amostras de água superficial coletadas em um banco de macrófita, sob duas condições de poda: (1) 5 cm abaixo do nível d’ água (CAb); (2) 5 cm acima do nível d’ água (CAc) e em um ponto sem macrófita (SM), que serviu como controle juntamente com uma área CM. As concentrações de CH4 foram: CM = 1,11 - 3,11mol.L-1; SM = 0,20 - 0,67 mol.L -1; CAc = 0,51 - 2,40 mol.L -1 e CAb = 0,53 -2,13 mol.L-1. Na lagoa do Vigário a produção de metano no sedimento foi avaliada medindo-se sua concentração na água intersticial e comparando-se com água de superfície. O intervalo da concentração de metano na água superficial variou entre 0,45 e 1,89 mol.L-1, enquanto na água intersticial as concentrações encontradas mostraram valores entre 1,91 e 6,35 mol.L-1. Os resultados encontrados sugerem uma maior concentração de CH4 nas lagoas de estudo no período chuvoso. É possível que este aumento possa ser devido a características típicas desse período, como aumento da temperatura e da profundidade água, bem como maior aporte de matéria orgânica que serve de substrato para metanogênese, e/ou condições físicas favoráveis devido ao aumento da coluna d’água que contribui para maior concentração do CH4 na água. A Typha domingensis parece participar do ciclo do metano na lagoa do Vigário fornecendo matéria orgânica (detritos e substratos orgânicos através da raiz) para metanogênese, bem como atuando no transporte desse gás para a atmosfera via aerênquima da planta. Os resultados encontrados para concentração de CH4 na água intersticial confirmam o substrato sedimentar como fonte principal da produção de metano na lagoa do Vigário. |