Avaliação do efeito da cobertura vegetal sobre a concentração de metano dissolvido e parâmetros físico-químicos em duas lagoas continentais do norte do Estado do Rio de Janeiro, RJ

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Leonardo Bernardo Campaneli da Silva Ângela Pierre Vitória UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 14 de Janeiro de 2008
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Qualidade da água, Flora Typha domingensis Metano Dissolvido: CH4 Campos dos Goytacazes
Tags Trabalho completo
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Resumo

Nesse estudo foi avaliada a concentração de CH4 na coluna d’água em duas lagoas continentais (Lagoa de Cima e do Vigário, Campos dos Goytacazes - RJ) com diferentes graus de contaminação por efluentes domésticos, na presença e ausência da macrófita Typha domingensis. Na lagoa do Vigário foram observadas concentrações de CH4 em áreas com macrófitas (CM) e sem macrófitas (SM). A concentração de metano na área SM variou entre 0,09 - 6,63 mol.L-1 e na área CM o intervalo foi de 0,06 - 0,80 mol.L-1 . Os resultados indicam uma maior concentração de CH4 na área SM em relação à área CM. A avaliação temporal da concentração de CH4 foi realizada em áreas sem macrófitas nas duas lagoas. O intervalo de concentração de metano na lagoa do Vigário foi maior no período chuvoso (0,14 – 0,36 mol.L-1) em relação ao período seco (0,07 - 0,20 mol.L-1). Na lagoa de Cima observou-se o mesmo padrão de variação temporal com maior concentração de CH4 no período chuvoso (0,12 - 0,49 mol.L-1) em relação ao período seco (0,07 - 0,13 mol.L-1). O efeito da Typha no ciclo do CH4 foi avaliado em amostras de água superficial coletadas em um banco de macrófita, sob duas condições de poda: (1) 5 cm abaixo do nível d’ água (CAb); (2) 5 cm acima do nível d’ água (CAc) e em um ponto sem macrófita (SM), que serviu como controle juntamente com uma área CM. As concentrações de CH4 foram: CM = 1,11 - 3,11mol.L-1; SM = 0,20 - 0,67 mol.L -1; CAc = 0,51 - 2,40 mol.L -1 e CAb = 0,53 -2,13 mol.L-1. Na lagoa do Vigário a produção de metano no sedimento foi avaliada medindo-se sua concentração na água intersticial e comparando-se com água de superfície. O intervalo da concentração de metano na água superficial variou entre 0,45 e 1,89 mol.L-1, enquanto na água intersticial as concentrações encontradas mostraram valores entre 1,91 e 6,35 mol.L-1. Os resultados encontrados sugerem uma maior concentração de CH4 nas lagoas de estudo no período chuvoso. É possível que este aumento possa ser devido a características típicas desse período, como aumento da temperatura e da profundidade água, bem como maior aporte de matéria orgânica que serve de substrato para metanogênese, e/ou condições físicas favoráveis devido ao aumento da coluna d’água que contribui para maior concentração do CH4 na água. A Typha domingensis parece participar do ciclo do metano na lagoa do Vigário fornecendo matéria orgânica (detritos e substratos orgânicos através da raiz) para metanogênese, bem como atuando no transporte desse gás para a atmosfera via aerênquima da planta. Os resultados encontrados para concentração de CH4 na água intersticial confirmam o substrato sedimentar como fonte principal da produção de metano na lagoa do Vigário.

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