A influência de um complexo recifal no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro
(21°29’S, 41°00’W) sobre a infauna do entorno foi avaliada em fevereiro e novembro
de 2006 ao longo de um gradiente de distâncias, 0, 5, 25, 50, 100 e 500 m, em que
foram coletadas com um tubo de 10cm de diâmetro interno, cinco amostras do
sedimento para análise da infauna e para análise geoquímica das variáveis: teor de
matéria orgânica, carbonato, carbono orgânico, fósforo orgânico, nitrogênio orgânico
e granulometria. A análise de variância com os descritores riqueza, abundância,
diversidade e dominância de espécies não revelou diferenças significativas entre as
distâncias de um mesmo período de amostragem e entre os períodos. O complexo de
recifes artificiais marinhos do litoral norte do Estado do Rio de Janeiro exerce
influência nos parâmetros do sedimento do entorno, destacando-se: percentual de
matéria orgânica, carbono, fósforo e nitrogênio orgânico. No entanto, tal influência
ocorreu de forma localizada no tempo (fev/06) e no espaço (nas proximidades dos
módulos recifais: 0 - 5 m) e não em um gradiente de distâncias. As variações
espaciais nos parâmetros do sedimento não explicam por si só a distribuição da
infauna associada, dada à variabilidade da comunidade nas diferentes distâncias. Os
organismos não se distribuíram em grupos evidentes de acordo com o gradiente de
distâncias em que foram amostrados, seja em termos de abundância ou de guildas
alimentares. A variabilidade da infauna nos pontos de amostragem sugere que a
influência dos recifes artificiais é “perdida”, se dissipando rapidamente em face do
hidrodinamismo intenso e do tamanho do complexo recifal, acarretando em um
impacto reduzido dos recifes sobre a infauna do entorno. |