Distribuição de mercúrio total e suas associações com diferentes suportes geoquímicos em sedimentos de fundo na interface continente-oceano

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Beatriz Ferreira Araújo Carlos Eduardo de Rezende UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 13 de Março de 2009
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Sedimentos, Estuário NA HgT, Al, Fe, Mn São João da Barra, São Francisco de Itabapoana
Tags Trabalho completo
| Hidrosfera | Litosfera | Escoamento superficial | Rede hídrica | Solo | Natural | Acessar
Resumo

Os objetivos do presente trabalho foram verificar a distribuição de mercúrio total (Hg-Total) nos sedimentos do rio Paraíba do Sul (RPS) e da Margem Continental da Bacia de Campos, Rio de Janeiro, Brasil, assim como, identificar os principais suportes geoquímicos nestes sedimentos, responsáveis pelas taxas de acumalação/liberação do Hg. A área de estudo do rio Paraíba do Sul foi dividida em 4 regiões: porção fluvial, mangue,estuário principal e estuário secundário, cada região com 5 pontos de coleta, totalizando 20 pontos de amostragem. A área de estudo da Margem Continental foi dividida entre região Norte e Sul, com 20 e 24 estações de coleta, respectivamente, em diferentes profundidades (750 m, 1050 m, 1350 m, 1650m e 1950 m). A distribuição de HgTotal no RPS a presentou uma alta variação de 1 a 158 ng.g-1. As regiões do mangue e Porção Fluvial apresentaram as maiores concentrações de Hg-Total seguido do Estuário Principal e Secundário. Os valores de Al, Fe e Mn variaram de 3 a 28 mg. g -1; 3 a 52 mg.g-1 e 50 a 1050 µg.g -1 (total), e de 0,4 a 4 mg.g-1 ;0,6 a 18 mg.g-1; 18 a 985 µg.g -1 (reativo), respectivamente. Os valores mais elevados de HgT, Al, Fe e Mn foram observados onde se obteve os maiores teores da fração silto-argilosa. Foi observado correlações positivas significativas do Hg-Total com o Al total, Fe total, Mn total, Al reativo, Fe reativo, Mn reativo, fração silteargila e teor de carbono. A faixa de Hg obtida nesta área de estudo (1 a 158 ng.g1) é considerada baixa em comparação a áreas contaminadas, apesar do histórico de garimpo e do uso de fungicidas organomercuriais na região. Em relação à margem continental as concentrações de Hg-Total nos sedimentos variaram de 10 a 23ng.g-1 para a região norte e 14 a 27 ng.g-1 para a região sul. O Al, Fe e Mn apresentaram valores médios de 29±14 mg.g-1, 15±6 mg.g-1 e 253±83µg.g-1 , respectivamente. O carbonato apresentou concentração média de 29,8±10,8 % e o carbono orgânico de 11,3±3,6 %. As relações entre o Hg-Total e a fração silteargila, Al reativo e Mn reativo apresentaram correlações positivas significativas. Foi observado que a maior parte do mercúrio total analisado se encontra na porção fracamente ligada (60 a 70 %), isto pode representar uma importante fonte dentro da escala regional no ciclo biogeoquímico do Hg.Nestes sedimentos a fração silte-argila juntamente com os oxi-hidróxidos de Al e Mn são os principais controladores, enquanto no RPS existe uma complexa interação entre os suportes geoquímicos orgânicos e inorgânicos. As concentrações de Hg-Total na margem continental, estão abaixo dos valores descritos para a Plataforma Continental adjacente (~40ng.g-1).Os resultados observados neste estudo sugerem que o manguezal atua como uma área de retenção do Hg , enquanto a zona estuarina age como fonte e sumidouro para o ecossistema marinho.

Voltar