Os organismos fitoplanctônicos são os principais responsáveis pela produção
primária na Lagoa de Cima, e estes dependem de diferentes condições e
recursos para sobreviverem. Estudos anteriores realizados neste ecossistema,
não indicaram resultados inteiramente convergentes no que se refere a qual
macronutriente, se N, P ou ambos, parece ser limitante ao crescimento
fitoplanctônico. Dessa forma, este estudo buscou diagnosticar, através de um
protocolo experimental repetitivo, usando bioensaios tipo ‗batch‘ (sem
renovação do meio hídrico), sinais de suficiência/deficiência nutricional por N
e/ou P ao crescimento fitoplanctônico da Lagoa de Cima. Foram trabalhados
enriquecimentos individualizados e combinados em concentrações finais de
+0,5 µM3 PO4 e +5 µM 3 PO4 e de +8 µM NO3 e +80 µM NO3,
respectivamente, codificados como P1 e P10 e N1 e N10. Os enriquecimentos
combinados, N1P1, N1P10, N10P1 e N10P10, equivaleram, conforme o caso,
proporções N:P iguais a 1,6:1, 16:1 e 160:1. Este estudo foi realizado durante
o período úmido e seco de 2009. Os resultados obtidos mostraram limitação de
nitrogênio no sistema, mas o aumento artificial da proporção N:P nas amostras
de água parece ter induzido uma limitação por fósforo ao crescimento
fitoplanctônico da Lagoa de Cima. Assume-se que esses resultados contribuam
ao manejo e à conservação do ecossistema Lagoa de Cima com vistas às
possibilidades de eutrofização e oligotrofização e seus efeitos sobre a
qualidade da água. |