Efeito da salinidade sobre a biomassa, fisiologia e morfologia de Salvinia auriculata AUBL

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Maria Angélica da Conceição Gomes Marina Satika Suzuki UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 12 de Julho de 2011
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Flora, Lagoa Salvinia auriculata AUBL (Vegetal) NA Campos dos Goytacazes
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Evapotranspiração | Bioma | Natural | Acessar
Resumo

Salvinia auriculata é uma macrófita aquática flutuante com ampla distribuição nos sistemas aquáticos. Segundo a literatura científica esta macrófita é encontrada em ambientes de água doce. Entretanto, S. auriculata tem demonstrado grande plasticidade em colonizar ambientes alagados próximo ao mar. Desta forma, este estudo teve como objetivo elucidar os efeitos da salinidade sobre S. auriculata e inferir explicações sobre como estas plantas se desenvolvem em ambientes ligeiramente salobros. O primeiro capítulo descreve um experimento realizado em câmara de germinação com fotoperíodo de 12 horas, temperatura de 20 ºC noturno e 25 ºC diurno e concentrações de 0, 50 mM, 100 mM e 150 mM de NaCl. Nesta etapa foram avaliados o conteúdo nutricional, biomassa fresca e seca, teor de pigmentos fotossintéticos, teor de prolina e produção de NO. Após cinco dias de experimento com salinidade induzida por NaCl verificou-se o decréscimo do conteúdo nutricional com exceção do N. Isto ocorreu devido à competição iônica pela absorção destes nutrientes em presença de elevada concentração de Na+ e Cl- . O teor de clorofila b e clorofila total diminuiram e o teor de clorofila a, razão clorofila a/ clorofila b e carotenóides aumentaram. Estes resultados sugerem que a salinidade afeta negativamente o aparato fotossintético. A biomassa das plantas submetidas ao tratamento com 50 mM do sal, assim como o conteúdo de clorofila a e pigmentos totais foram maiores quando comparada a biomassa daquelas submetidas aos demais tratamentos, sugerindo que S. auriculata tem um bom desenvolvimento em ambientes oligohalinos. O teor de prolina aumentou significativamente nas plantas submetidas ao tratamento com 150 mM. A produção de NO extracelular e intracelular foi maior nas plantas com duas horas de incubação do que nas plantas com 5 dias de incubação na solução com as diferentes concentrações salinas. Isto se deve ao fato do NO apresentar maior atuação em um tempo curto de duração como um sinalizador para tolerância a salinidade. O segundo capítulo apresenta resultados de um experimento realizado em casa de vegetação onde as plantas foram submetidas as concentrações 0, 100 e 200 mM de NaCl e Na2SO4 em unidades experimentais individuais. Nesta fase também foram avaliados o conteúdo nutricional, teor de pigmentos fotossintéticos, teor de prolina, anatomia e adicionalmente a ultraestrutura foliar de S. auriculata. Após sete dias de experimento foi verificado nos tratamentos salinos a diminuição do conteúdo dos íons Ca2+, K+, Mg2+, P, N e do teor de pigmentos fotossintetizantes em S. auriculata corroborando trabalhos anteriores. O teor de prolina mostrou uma tendência ao incremento quando comparado ao controle. Nos fragmentos das folhas de S. auriculata observados sob microscópio óptico foram visualizadas mudanças na estrutura das células do parênquima paliçádico e na estrutura dos cloroplastos das plantas submetidas aos tratamentos salinos. A microscopia eletrônica de transmissão evidenciou uma desorganização das membranas internas e externas dos cloroplastos das células das plantas submetidas à salinidade além de maior quantidade de grãos de amido. O microscópio eletrônico de varredura evidenciou a integridade dos tricomas e das células do limbo foliar de S. auriculata submetida ao tratamento controle e alteração na morfologia das células provocadas pela salinização. Para todos os efeitos avaliados foi observado que o incremento na concentração do sal Na2SO4 resultou em maior dano em S. auriculata.

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