Manguezais sob uma perspectiva social e econômica: percepção ambiental e valoração econômica do manguezal do Estuário do Rio Paraíba do Sul, Rio de Janeiro

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Clara Ayme Ito de Lima Paulo Pedrosa Andrade UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 18 de Março de 2013
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Manguezal, Percepção ambiental NA NA São João da Barra, São Francisco de Itabapoana
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Hidrosfera | Escoamento superficial | Evapotranspiração | Rede hídrica | Bioma | Econômica | Social | Natural | Acessar
Resumo

A despeito de sua importância ecológica, social e econômica, o manguezal do rio Paraíba do Sul tem sofrido redução de sua cobertura e da qualidade de suas áreas remanescentes, devido a impactos gerados por atividades antrópicas. Essa situação de mudança do ecossistema de manguezal pode alterar o fluxo de bens e serviços fornecidos a população local, estando o homem no centro desta problemática. Neste sentido, o presente estudo investiga o entendimento e a percepção ambiental da população sobre o ecossistema de manguezal, sua importância e os problemas ambientais que o ameaçam, bem como busca estimar a disposição a pagar (DAP) destes indivíduos, com valores monetários e/ou horas de trabalho voluntário pela restauração do manguezal em questão. Os dados foram coletados através da aplicação de questionários estruturados e realização de um Experimento de Escolha, técnica de valoração econômica empregada. Ao todo 318 entrevistas foram conduzidas nos municípios no entorno do manguezal, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, entre Junho e Novembro de 2012. Os resultados demonstram que a população conhece as funções sociais e ecológicas do manguezal, reconhecendo sua importância e percebe que problemas ambientais ameaçam o bom funcionamento desse ecossistema. Além disso, a população apresenta preferência pela restauração do manguezal, tal que maiores níveis de qualidade promovem maior utilidade desses indivíduos, comparativamente a níveis menores, com DAP variando entre R$ 1,85 e 9,41 mensais. Os resultados demonstram que a realização de trabalho voluntário e pagamento pela restauração contribuem negativamente para a utilidade dos entrevistados. Ambas as atividades consistem em contribuições (custos) para os respondentes, de modo que foi encontrado um trade-off entre tais contribuições: a realização de trabalho voluntário adicionalmente ao pagamento resulta em DAP negativa (R$ - 5,39 a R$ - 5,17). A população prefere uma restauração completa no tempo de 11 a 20 anos para o manguezal, em comparação aos piores cenários, de modo que o valor das contribuições por tal nível de restauração varia de R$ 85,65 a R$ 111,80 anuais, por pessoa, que corresponde a uma faixa de 56 a 74 milhões de reais (ao final de 20 anos), ou ainda 15 a 20 mil reais ao ano, por hectare de manguezal recuperado; tais valores encontram-se dentro da faixa descrita na literatura para o ecossistema de manguezal. Assim, este estudo contribuiu com informações sobre os benefícios da restauração do manguezal do rio Paraíba do Sul, que comparados a uma análise dos custos de implantação de programas de restauração, podem orientar as partes interessadas sobre a viabilidade de se restaurar o ecossistema estudado. Além disso, os valores encontrados podem servir como referência para o estabelecimento de penalidades, como multas e compensações financeiras, a serem aplicadas em casos de dano ambiental.

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