Bioacumulação de arsênio por Eichhornia crassipes (Mart.) Solms e suas implicações ecológicas

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Annaliza Carvalho Meneguelli de Souza Cristina Maria Magalhães de Souza UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 27 de Agosto de 2013
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Flora, Contaminação Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (Vegetal) Arsênio Campos dos Goytacazes, São Francisco do Itabapoana
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Hidrosfera | Escoamento superficial | Evapotranspiração | Rede hídrica | Bioma | Natural | Acessar
Resumo

Dois experimentos hidropônicos independentes foram realizados com plantas de aguapé (Eichhornia crassipes) a fim de avaliar sua capacidade de acumulação e tolerância a arsênio (As) (1), bem como a influência do As na absorção de fosfato (PO43-) e nitrato (NO3-) pela planta (2). Em ambos os experimentos As foi adicionado na solução nutritiva na forma de arsenato (AsO43-) nas concentrações 0,0; 0,2; 2,0 e 20 mg.L-1. No primeiro experimento (1) as plantas foram submetidas a três tempos de exposição ao metaloide, 0, 48 e 96h, sendo retiradas amostras vegetais e da solução nutritiva, e medidos os parâmetros ecofisiológicos (trocas gasosas, fluorescência da clorofila a e teor de pigmentos fotossintetizantes) em cada tempo. Em geral, o teor de As na planta aumentou com o incremento desse elemento na solução nutritiva, sendo retido preferencialmente na raiz, o que é confirmado pelo baixo fator de translocação de As encontrado nas plantas. Diminuição significativa na taxa fotossintética líquida, condutância estomática, clorofilas a e b e as razões Fv/Fm e Fv/F0 ocorreu a partir de 48h para os tratamentos de 2,0 e 20 mg.L-1. Os indivíduos expostos ao tratamento de 0,2 mg.L-1 não apresentaram comprometimento de suas funções ecofisiológicas, além de possuírem elevado fator de bioacumulação indicando que as plantas foram mais eficientes na remoção de As do meio quando submetidas a baixas concentrações. No segundo experimento (2) foram analisadas somente amostras da solução nutritiva, coletadas durante quatro dias em intervalos que variaram entre minutos e horas. Valores decrescentes na concentração do metaloide e de ambos os nutrientes foram observados no primeiro dia, seguido por valores crescentes até o final do experimento, destacando-se o tratamento de 20 mg.L-1. O As diminuiu a absorção de PO43- e NO3- por E. crassipes nas concentrações de 2,0 e 20 mg.L-1, provavelmente devido a diminuição da taxa fotossintética, observada no primeiro experimento. No tratamento de 0,2 mg.L-1 a variação dos nutrientes na solução nutritiva manteve um padrão semelhante ao tratamento controle, sugerindo que nesta concentração As não prejudicou a absorção de nutrientes pela planta. A partir dos resultados do presente estudo é possível inferir que sob as condições experimentais impostas As acarreta comprometimento metabólico e prejuízo na assimilação de nutrientes em E. crassipes a partir de 48 horas de exposição ao metaloide, para os tratamentos de 2,0 e 20 mg.L-1.

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