Aporte continental de mercúrio e arsênio em três estuários da costa norte do Estado do Rio de Janeiro, sob diferentes impactos antrópicos

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Pitter Pimenta Viana Cristina Maria Magalhães de Souza UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 2 de Dezembro de 2013
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Usos e coberturas do solo, Sedimentos, Flora, Vazão Eichhornia crassipes Mercúrio, Arsênio Campos dos Goytacazes, São João da Barra
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Hidrosfera | Litosfera | Escoamento superficial | Infiltração | Evapotranspiração | Rede hídrica | Solo | Bioma | Social | Natural | Acessar
Resumo

O aporte de elementos contaminantes nas bacias de drenagem em função dos diferentes usos do solo tem aumentado à preocupação quanto ao alcance desses materiais junto às áreas marinhas, tendo em vista a complexidade desses ambientes. Estudos envolvendo o cálculo do aporte desses elementos tóxicos associados ao material particulado em suspensão permitem elucidar não apenas a dinâmica de transporte, como os mecanismos relativos a essa associação, levando-se em conta matrizes geoquímicas como os sedimentos e macrófitas que podem atuar como barreiras naturais e juntamente com barreiras antrópicas (represas e barragens) podem contribuir para minimizar o percentual do material transportado. Os estuários são considerados a principal via de transferência da matéria orgânica dissolvida e particulada do continente para os sistemas marinhos através dos rios, sendo considerados ambientes extremamente dinâmicos uma vez que grande parte dos processos biogeoquímicos que neles ocorrem e são influenciados por variações sazonais e de marés. O uso de ferramentas como a composição elementar e isotópica do carbono permite uma maior elucidação dos processos ecológicos relacionados à origem de matéria orgânica nesses ecossistemas. Nesse contexto, o estudo tem por objetivo geral estimar o aporte continental de mercúrio e arsênio (Hg e As) para o oceano em função da variação dos componentes: vazão, concentração de MPS e concentração de Hg e As; avaliando a dinâmica de distribuição desses elementos em diferentes matrizes: material particulado em suspensão, sedimentos e raízes de uma macrófita flutuante (Eichhornia crassipes) nas estações seca e cheia nos estuários do rio Itabapoana, canal das Flechas e rio Paraíba do Sul. Os valores de vazão calculados para estação seca e cheia respectivamente foram no rio Itabapoana: 16 e 17m³.s-1, canal das Flechas 32 e 49m³.s-1 e no RPS 321 e 1774m³.s-1. Os valores de concentração de material particulado em suspensão para estação seca e cheia respectivamente foram no rio Itabapoana: 18 e 74g/m³, canal das Flechas 80 e 172g/m³ e no RPS 22 e 118g/m³. As concentrações de mercúrio associadas ao material particulado em suspensão para estação seca e cheia respectivamente foram em média: no rio Itabapoana 169 e 173ng.g-1; no canal das Flechas 280 e 220ng.g-1 e no rio Paraíba do Sul 305 e 201ng.g-1. As concentrações de arsênio associadas ao material particulado em suspensão para estação seca e cheia respectivamente foram em média: no rio Itabapoana 2,3 e 1,8µg.g-1 ; no canal das Flechas 4,9 e 6,2µg.g-1 e no rio Paraíba do Sul 6,3 e 1,9µg.g-1. Os valores dos fluxos instantâneos de Hg observados nas estações seca e cheia respectivamente no rio Itabapoana foram 52 e 231µg.s-1; no canal das Flechas 908 e 1968 µg.s-1 e no rio Paraíba do Sul 2226 e 42603µg.s-1. Em relação ao arsênio, os valores dos fluxos instantâneos observados nas estações seca e cheia respectivamente foram no rio Itabapoana 689 e 2429µg.s-1; no canal das Flechas 15942 e 48421µg.s-1 e no rio Paraíba do Sul 51738 e 423002µg.s-1. Todos os valores de concentração de Hg e As estão abaixo dos valores de referência do TEL e PEL. Os valores de aporte de mercúrio e arsênio variaram em função da variação sazonal característica de cada área dos valores de vazão, concentração de MPS e concentração de mercúrio e arsênio associados ao MPS, sendo assim, pode-se inferir que no rio Itabapoana e no canal das Flechas as interferências antrópicas minimizam a influência sazonal e governam os níveis de aporte desses elementos ao oceano, enquanto no rio Paraíba do Sul as diferenças sazonais são mais evidentes e determinam diferentes níveis de aporte de Hg e As principalmente em função da variação dos valores de vazão entre as estações.

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