As concentrações de Baexcesso foram determinadas em sedimentos superficiais da Bacia de Campos, RJ através de três métodos distintos e comparados. O primeiro pela metodologia normativa, mais comumente utilizada, a segunda pela metodologia baseada em valores terrígenos obtido pelas concentrações totais de Ba e Al de rios da região de estudo, e a terceira determinada pela metodologia de extração sequencial. A comparação dos resultados obtidos mostra claramente que o valor de Ba/Aldet é a parte crucial da equação e que a utilização de razões pré-determinadas, mesmo as obtidas por valores terrígenos, pode introduzir erros ao cálculo. Em adição, os valores dessa razão nas áreas de Plataforma, Talude e Sopé foram diferentes estatisticamente sendo determinadas três médias distintas (Plataforma = 0,0108; Talude = 0,0029; e Sopé = 0,0025). Essas por sua vez foram diferentes daquelas obtidas na literatura para outras regiões e do valor pré-determinado da crosta. Portanto, em sedimentos com uma significante fração de material terrígeno, acima de 40%, a extração sequencial é realmente necessária. As concentrações médias de Baexcesso determinadas no presente estudo foram de 16 µg/g na Plataforma, 93 µg/g no Talude e 49 µg/g no Sopé. Os valores de Baexcesso quando comparados a outros estudos foram baixos nos indicando que a região de estudo apresenta baixa produtividade biológica. Foi possível correlacionar a barita ao Corg a partir de 1000m indicando que o Corg passa a ser significativamente importante na formação de barita, podendo esse ser relacionado à produtividade primária. Além disso, no nosso estudo o Baexcesso pode ser relacionado com a produtividade, uma vez que a principal fase entre as não-litogênicas é a barita. Em adição, através da extração sequencial podemos concluir que o Ba na Bacia de Campos ocorre principalmente como Ba associado a aluminossilicatos com médias de 96, 71 e 63% nas áreas de plataforma, talude e sopé, respectivamente. Entretanto, em maiores profundidades, há um gradiente positivo de concentração de barita, sendo esses valores médios de 0,1, 18 e 34% na região de plataforma, talude e sopé respectivamente. Esse padrão é devido ao menor aporte detrítico nos sedimentos de áreas profundas e ao transporte de barita produzida em áreas rasas de elevada energia para regiões de maior profundidade que propiciam a sua sedimentação. Nesta região mais profunda, observou-se a importância de Ba de origem autigênica e biogênica. Em adição não foi encontrado entre os pontos de amostragem nenhuma região de concentrações elevadas de barita ou mesmo Ba total o que poderia indicar uma fonte pontual com possível contaminação ambiental por exploração de petróleo ou anomalia geoquímica. |