Para investigar a influência do volume recifal (1, 2 e 3 m³) e o efeito da distância entre módulos em pequena escala (0,5, 5,0 e 15 m) na estrutura e composição da ictiofauna transiente, módulos de concreto do tipo reefball foram empregados a cerca de 9 m de profundidade na costa norte do Rio de Janeiro. As coletas da ictiofauna foram realizadas em dois períodos do ano (seco setembro de 2009 e outubro de 2010; e chuvoso abril de 2010 e 2011) empregando-se redes de espera para registro da composição, riqueza, diversidade, abundância, biomassa e comprimento da ictiofauna transiente. Considerando o tratamento volume recifal, os valores médios totais de riqueza e diversidade de espécies, abundância e biomassa não diferiram significativamente entre os volumes testados, mas quando analisados por unidade de volume padronizado (m³) registrou-se um decréscimo destes descritores de comunidade com o incremento do volume recifal. A análise canônica de coordenadas principais (CAP) revelou que a composição da assembleia de peixes transiente é marginalmente distinta (p = 0,06) entre os volumes de 2 e 3 m³. Em relação ao tratamento distância entre unidades modulares, os valores médios totais de riqueza, abundância, biomassa e diversidade das espécies não diferiram significativamente entre as distâncias recifais, mas quando analisados por unidade de área padronizada (m²) registrou-se um decréscimo destes descritores de comunidade com o incremento da distância entre módulos. A análise canônica de coordenadas principais (CAP) revelou que a composição de peixes transientes é mais similar entre as distâncias de 5 e 15 m. O método do escalonamento não métrico multidimensional (NMDS) revelou diferenças na composição da ictiofauna entre os períodos de coleta (seco versus chuvoso), com o predomínio de algumas espécies da família Sciaenidae (Stellifer rastrifer, Paralonchurus brasiliensis, Larimus breviceps e Cynoscion virescens) no período seco e Aspistor luniscutis (Ariidae) e Rhizoprionodon porosus (Carcharinidae) no período chuvoso. Os resultados sugerem que os incrementos de 1 para 3 m³ de volume e de 0,5 para 15 m de distância entre módulos podem resultar em pequenas alterações nos descritores de comunidade, mas podem levar à menores valores relativos de riqueza, diversidade e densidade por unidade padronizada de volume e área, respectivamente. Ainda, os efeitos sazonais da vazão do Rio Paraíba do Sul podem se sobrepor aos efeitos da configuração recifal. Em virtude dos menores volumes e distâncias terem apresentado valores superiores de riqueza e densidade, é sugerido que reefballs de 1m³ sejam utilizados de forma individualizada e dispersos a <5,0 m de distância entre si em programas de manejo visando principalmente o aumento da biomassa e diversidade íctica transiente local. |