Etnoecologia, manejo sustentável e cadeia produtiva do caranguejo-uçá Ucides cordatus (linnaeus, 1763) no norte do estado do Rio de Janeiro

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Laura Helena de Oliveira Côrtes Ana Paula Madeira Di Beneditto UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 14 de Maio de 2014
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Fauna, Manguezal, Extrativismo, Conhecimento tradicional Caranguejo-uçá Ucides cordatus (linnaeus, 1763) NA São João da Barra, São Francisco de Itabapoana
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Hidrosfera | Escoamento superficial | Evapotranspiração | Rede hídrica | Bioma | Econômica | Social | Natural | Acessar
Resumo

O presente estudo analisa o cenário de extração do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763), no manguezal do estuário do rio Paraíba do Sul, norte do estado do Rio de Janeiro e verifica o desenvolvimento de ações de manejo tradicional relacionadas à extração sustentável do recurso e a manutenção desta atividade em longo prazo. Foram realizadas 66 entrevistas etnográficas nas comunidades de Atafona (N= 16) e Gargaú (N= 50) a partir das quais se constatou a habilidade dos catadores locais em identificar corretamente a espécie alvo e descrever aspectos de sua biologia, ecologia e comportamento. A extração do caranguejo-uçá é realizada principalmente por mulheres de baixa escolaridade, através dos métodos de braceamento, “redinha”, e “mão”. Em geral, são extraídos diariamente do manguezal entre 100 e 200 caranguejos-uçá por catador. A captura por unidade de esforço (CPUE) de cada catador nas comunidades de Atafona e Gargaú foi de 21,9 e 12,5 caranguejos-uçá/hora, respectivamente. Em Atafona, a estrutura da cadeia produtiva é simples: catador (produtor) – consumidor final. Em Gargaú, há maior número de catadores e a cadeia produtiva é formada por: catador (produtor) – primeiro comprador (intermediário) – segundo comprador (estabelecimento comercial) – consumidor final. A renda mensal dos catadores varia entre as estações do ano, com maiores valores no verão. Em Atafona, a renda estimada variou de R$ 680,00 a R$ 2.720,00, e em Gargaú de R$ 400,00 a R$ 1.600,00. Os catadores do caranguejo-uçá desenvolvem um sistema de manejo tradicional baseado na captura seletiva quanto ao sexo e tamanho dos animais, preferenciando a comercialização de machos adultos com largura de carapaça entre 8,0 e 9,0 cm, e no estabelecimento de áreas de pousio no manguezal explorado. Isso permitirá a sustentabilidade da atividade extrativa na região em longo prazo se não houver perda de hábitat ou perturbações antrópicas. Planos de co-manejo com a participação dos catadores e a criação de cooperativas para armazenamento e comércio da produção são medidas que podem melhorar a qualidade de vida dessas comunidades e garantir a sustentabilidade da atividade

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