Caracterização isotópica e distribuição de Hg em peixes de diferentes guildas tróficas na porção inferior da Bacia do Rio Paraíba do Sul

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Adélia Rangel Mandu Rocha Cristina Maria Magalhães de Souza UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 19 de Agosto de 2014
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Qualidade da água, Fauna, Sedimentos NA Mercúrio Itaocara, São Fídeles, Santo Antônio de Pádua, Cantagalo e Guarani (MG)
Tags Trabalho completo
| Bioesfera | Hidrosfera | Escoamento superficial | Evapotranspiração | Rede hídrica | Bioma | Natural | Acessar
Resumo

A caracterização das relações alimentares entre os organismos contribui para o entendimento da dinâmica das comunidades ecológicas nos ecossistemas. O objetivo do presente estudo foi identificar as relações alimentares e o teor de mercúrio (Hg) entre peixes da Bacia inferior do rio Paraíba do Sul com similaridades tróficas e no uso do habitat. As coletas foram realizadas na porção inferior do rio Paraíba do Sul entre as localidades de São Sebastião do Paraíba e São Fidélis, abrangendo os tributários Pomba e Dois Rios, junto a estrutura do Projeto Piabanha. A amostragem dos peixes ocorreu bimestralmente entre dezembro/2012 e outubro/2013 com o auxílio de redes de espera, peneira, tarrafa e rede de arrasto. Além disso, foram realizadas as coletas de água e sedimento nos locais de amostragem para determinações de Hg. As espécies coletadas foram agrupadas em guildas tróficas, e em seguida foram tomados seus dados biométricos como comprimentos total e padrão. No laboratório, foram determinados Hg total (Perkin Elmer FIMS-400) e isótopos estáveis (Thermo Finnigan Delta V Advantage) de carbono e nitrogênio em amostras de tecido muscular das espécies coletadas. As espécies analisadas foram separadas em três guildas tróficas (carnívoros, onívoros e detritívoros), distribuídas entre os habitats pelágico e demersal. As análises isotópicas de carbono (δ13C) revelaram a participação tanto da fonte pelágica quanto da fonte bentônica na alimentação das guildas tróficas, enquanto as assinaturas isotópicas de nitrogênio (δ15N) indicaram que a maioria das guildas, exceto os onívoros pelágicos, estava no mesmo nível trófico. A partir da estimativa do nicho isotópico verificou-se sobreposições entre carnívoros, onívoros demersais e detritívoros demersais. Os carnívoros pelágicos apresentaram alimentação mais especializada em relação às demais guildas e compartilhada principalmente com os onívoros demersais. Os onívoros pelágicos apresentaram preferências alimentares distintas em relação às outras guildas, tendo em vista que sua área de nicho foi pouco compartilhada. A concentração de Hg diferiu significativamente entre os carnívoros e onívoros demersais e entre os onívoros pelágicos e demersais como reflexo de suas posições tróficas e fonte principal de recursos alimentares (p=0,01). Devido ao posicionamento trófico similar entre as guildas, o potencial de biomagnificação de Hg e sua relação com δ15N não foram verificados. As concentrações de Hg nos compartimentos abióticos identificaram a influência do sedimento sobre a cadeia bentônica. Os resultados indicaram que as guildas apresentam amplo espectro alimentar. No entanto, a análise do conteúdo estomacal deve ser realizada a fim de separar as espécies em categorias alimentares mais específicas.

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