Eichhornia crassipes (Mart.) Solms é uma macrófita aquática emergente e flutuante que possui grande potencial de acúmulo de metais. Entretanto, o acúmulo intracelular desses metais nos vegetais pode induzir efeitos no metabolismo fisiológico, na anatomiae na ultraestrutura celular. Estudos prévios do nosso grupo de pesquisa verificaram maior assimilação de CO2nesta espécie quando exposta a 1 mM de Cr+3. O objetivo do presente estudo foi avaliar se esta melhoria fotossintética estava relacionada à alterações ecofisiológicas(fotoquímicas e de pigmentos), anatômicas e/ou ultraestruturais. Outro aspecto investigado foi se indivíduos de E. crassipes oriundos de três rios que diferem quanto a poluição(Paraíba do Sul, Muriaé e Pomba) apresentariam diferentes respostas a exposição a Cr3+. Parâmetros da fluorescência da clorofila a, conteúdo de pigmentos fotossintéticos, alterações anatômicas nas raízes e alterações ultraestruturais nas folhas foram avaliados em indivíduos expostos a 1mM de Cr3+ (por 4 e 8 dias). Indivíduos de E. crassipesprovenientes dos três rios expostos a 1mM de Cr+3não apresentaram alteração na maioria dos parâmetros de fluorescência da clorofila a ao longo do experimento. O rendimento quântico (Fv/Fm) se manteve estável (entre 0,84 e 0,88) e dentro dos valores estipulados pela literatura para plantas saudáveis, sugerindo que a presença do metal não comprometeu o funcionamento do fotossistema II. Também não foram observadas variações no conteúdo de pigmentos fotossintéticos. Alterações anatômicas nas raízes de E.crassipes dos três rios expostas a 1mM de Cr+3, tais como o aumento do número de idioblastos, espessamento da exoderme, surgimento de cristais de oxalato de cálcio, possivelmente proporcionaram proteção aparte aérea. Análises ultraestruturais foliares em E.crassipes expostas a 1 mM de Cr+3sugerem normalidade no processo fotossintético(presença de grãos de amido) e respostas contra danos decorrentes de estresse (aumento do número de plastoglóbulos, mitocôndria e peroxissomo, volume do estroma) auxiliando na proteção da planta. Não houve variação ecofisiológica, anatômica e ultraestrutural em função do rio de origem, mas em função da presença e do tempo de exposição a 1 mM de Cr+3. |