Bioacumulação de mercúrio em espécies icticas na porção inferior do rio Paraíba do Sul

Autor Orientador Instituição Programa Nível do Programa Data da defesa
Lucas Silva Azevedo Cristina Maria Magalhães de Souza UENF Ecologia e Recursos Naturais Mestrado 22 de Junho de 2016
Descrição Livre Espécie Substância Química Localização
Fauna, Qualidade da água Carnívoros invertívoros: Pimelodus fur e Pachyurus adspersus; onívoro: Pimelodella lateristriga Mercúrio Itaocara, São Fidélis, Cantagalo
Tags Trabalho completo
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Resumo

O curso inferior do rio Paraíba do Sul é um dos principais receptores dos resíduos sólidos e esgotos produzidos pelas cidades do norte do Estado do Rio de Janeiro. Em decorrência de atividades pretéritas de mineração e uso de agroquímicos ricos em mercúrio, a biota fluvial da bacia de drenagem do rio Paraíba do Sul encontra-se exposta a este poluente. O presente estudo avaliou a bioacumulação do mercúrio total em tecidos (músculo, fígado e brânquias) de três espécies de mesmo nível trófico e de dois hábitos alimentares distintos (carnívoros invertívoros: Pimelodus fur e Pachyurus adspersus; onívoro: Pimelodella lateristriga) e sua relação com a coluna d´água (MPS e sedimento). As coletas foram realizadas em três pontos no rio Paraíba do Sul (São Sebastião do Paraíba, Itaocara e São Fidélis) e dois em seus afluentes, sendo um deles no rio Pomba e outro no rio Dois Rios junto a estrutura do ―Projeto Piabanha‖. Amostras de água (5L em cada ponto) e peixes (30 exemplares de cada espécie) foram coletadas em maio e julho de 2014 e de sedimento em outubro de 2013. O fígado acumulou de 2 a 6 vezes mais mercúrio do que o músculo e de 8 a 12 vezes mais do que as brânquias. O tecido muscular acumulou de 3 a 6 vezes mais mercúrio do que o tecido branquial. Os teores do metal no músculo e no fígado das 3 espécies sugeriram uma possível influência do conteúdo de HgTotal do sedimento nas presas de Pimelodella lateristriga e Pimelodus fur. Correlações significativas foram observadas entre as variáveis biométricas e as concentração de mercúrio no músculo de Pimelodus fur (r= 0,38, p<0,05) e fígado de Pachyurus adspersus e Pimelodella lateristriga (r= 0,47, p<0,05 e r= 0,49, p<0,05). O índice hepatossomático apresentou correlação negativa com os teores de mercúrio no fígado de Pimelodus fur (r= - 0,47, p<0,01). O fator de bioconcentração indicou elevados índices de acumulação nos tecidos de todas as espécies. A análise do fator de bioacumulação reiterou a atividade do sedimento como um compartimento acumulador do metal.

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